A cotação do Bitcoin (BTC) está em um momento crucial e, na semana que vem, tudo pode mudar com a decisão do Federal Reserve, o banco central dos EUA. As expectativas são altas, já que o que eles decidirem pode definir se o BTC vai continuar a sua trajetória de alta ou se terá que passar por uma correção. Atualmente, o preço do Bitcoin girava em torno de US$ 115 mil, e qualquer direcionamento do FED pode impactar diretamente nessa cotação.
Recentemente, o cenário global tomou um rumo mais tenso. Tropas americanas atacaram uma embarcação venezuelana suspeita de tráfico em águas internacionais. O resultado foi uma série de mortes e uma nova fonte de tensão na América Latina, acentuando a percepção de instabilidade na região. Essa situação, somada à expectativa pela reunião do FED, aumentou a volatilidade do mercado. Em momentos assim, os investidores costumam se precaver, alternando entre ativos mais arriscados e refúgios tradicionais, como o dólar e os títulos do Tesouro.
Obstáculos e desafios
O Bitcoin enfrenta barreiras técnicas e, segundo analistas, a faixa entre US$ 117 mil e US$ 118 mil é uma grande resistência. Já em relação ao suporte, ele está posicionado em US$ 114 mil, seguido por US$ 111 mil. Se esses níveis forem quebrados, poderemos ver a cotação do BTC despencar em direção a US$ 108 mil.
ETFs sustentam, mas decisão do FED é crucial para o BTC
Apesar do clima tenso, os ETFs de Bitcoin estão recebendo um fluxo expressivo de investimentos. Só no dia 15 de setembro, feitos nos fundos americanos chegaram a US$ 260 milhões. Esse movimento demonstra o interesse institucional e dá uma força para manter o preço do BTC por um tempo.
Entretanto, os dados de transações na blockchain mostram um cenário mais preocupante. O número de endereços ativos diminuiu, as taxas de transação caíram e o volume de transferências aumentou sem atrair novos usuários. Isso sugere que a alta no preço está sendo impulsionada mais por grandes investidores do que por uma adoção mais ampla.
Fragilidade entre força e risco
Atualmente, o índice de força relativa (RSI) do Bitcoin está em 78,1, indicando que ele está em uma faixa sobrecomprada. O volume de transações, por outro lado, permanece estável, e um descompasso entre a força do impulso e a convicção do mercado pode ser perigoso. Isso significa que um simples anúncio negativo pode resultar numa retração rápida.
Enquanto isso, o Ethereum se destaca como uma alternativa forte. Somente no dia 15 de setembro, os ETFs de ETH atraíram US$ 360 milhões, o que marca o quinto fluxo positivo consecutivo. A retirada de 396 mil ETH das corretoras em apenas uma semana também reforça o interesse institucional em diversificar.
A encruzilhada do mercado
Hoje, a economia americana enfrenta um desafio: a inflação voltou a crescer, principalmente nos setores de habitação, alimentos e energia. Com um mercado de trabalho em retratação, o número de pedidos de seguro-desemprego aumentou, e a confiança do consumidor caiu ao nível mais baixo desde maio.
Em meio a tudo isso, as expectativas sobre cortes de juros estão altas, mas ainda não há um consenso sobre quando e como isso vai acontecer. Se o FED decepcionar com suas decisões, o Bitcoin pode sofrer uma queda significativa, já que parte significativa da alta recente se deve à alavancagem e a um otimismo que pode ser volátil.
Por outro lado, se o banco central confirmar os cortes, é provável que o fluxo institucional de investimentos se intensifique, empurrando novos avanços. Neste cenário, o rompimento da resistência em US$ 117 mil poderia abrir caminho para uma tendência de alta mais sustentável.
O que esperar
A semana que vem será decisiva. O Bitcoin está em uma verdadeira encruzilhada, suportado por grandes investidores, porém ainda sem uma adesão ampla do mercado. O futuro do ativo dependerá dos anúncios do FED, que estão mobilizando a atenção de todos.
Por isso, especialistas recomendam cautela: é bom considerar reduzir a alavancagem, diversificar suas posições e ficar de olho nos níveis técnicos. Um discurso pode mudar tudo, então é melhor estar preparado.
